O povo brasileiro assistiu estarrecido no último domingo um verdadeiro golpe palaciano, recheado de intrigas, falsidades e traições. Comandados por um espécie de bruxo corrupto- Eduardo Cunha- 367 deputados federais encenaram um espetáculo grotesco que mostrou ao mundo que o Brasil tem um simulacro de poder legislativo. Por trás do palco, aquele que pretende se beneficiar da farsa – o sinistro Michel Temer – tem um suposto governo inteiro para distribuir, mercadejar e seduzir os pilantras oportunistas de sempre. Resta saber se sobrou cargos e benesses futuras para a conquista do Senado. Sempre tenho dúvida se a ambição provoca a traição ou se a traição provoca a ambição. É fácil perceber que o golpe foi tramado por dentro do governo. Seus articuladores e executores, recentemente, ocupavam ministérios e altos cargos governamentais representando os partidos golpistas. Esse acontecimento inominável foi a pá de cal na política de alianças seguida pelo PT e agremiações de esquerda. Atualmente em defesa da democracia e das reformas progressistas necessárias ao país pode-se contar com o PT, PCdoB, PDT, PSOL , os movimentos sociais e populares e personalidades políticas independentes que acreditam nas possibilidades de avanços políticos, democráticos e sociais.
Mas, o Brasil real existe na vida, no coração, na mente de milhões e milhões de brasileiros que lutam para ter uma vida digna e melhor. Trabalham, estudam, esforçam-se para manter a suas famílias, solidarizam-se com seus amigos e lutam por liberdade cima de tudo.
A história demonstra que a quebra de preceitos democráticos e constitucionais nunca se esgotam em si mesmo. É sempre o primeiro passo rumo ao estado discricionário, ilegal, ditatorial, iniciando-se sempre com o desrespeito ao resultados eleitorais.
No dia 17 o golpe avançou mas ainda não venceu. Apenas nos desafiou a redobrar nossos esforços pela defesa da democracia, do estado de direito e lutar pelo total respeito ao resultado eleitoral que escolheu Dilma por mais de 54 milhões de votos.
Estaremos sempre nas ruas, organizando e conclamando o povo trabalhador, as mulheres, os negros e negras, os jovens, os estudantes, os gays, os Sem terra e os Sem teto, o povo das periferias, os idosos e os aposentados, enfim, todos que estão subjugados à estrutura perversa do capitalismo a lutarem contra o golpe, pela apuração total e absoluta dos casos de corrupção para que não escape ninguém, principalmente os promotores do golpe palaciano, por uma nova política econômica, pela reforma tributária progressiva, pela reforma agrária e urbana, pela manutenção dos programas sociais e por reformas profundas que mudem a estrutura econômica e social brasileira.
A nossa luta agora deve dirigir-se ao senado federal e se esse aderir ao esquema golpista, teremos mais motivos para continuar nas ruas e impedir que os verdadeiros corruptos e vendilhões da pátria atinjam seus intentos antidemocráticos e contra o povo.
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