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quinta-feira, 7 de julho de 2016

Escolas fecham portas na Bahia por demissões de vigilantes. Cortes podem atingir 3.300

As demissões atingem a princípio 3.300 vigilantes


As demissões já começaram a acontecer. Desde a última sexta-feira (01), o quadro de vigilantes de 256 escolas do interior da Bahia foi reduzido, de acordo com o Sindvigilantes. O contrato da Empresa Map com a Secretaria de Educação da Bahia (Sec) chegou ao fim e, de acordo com o sindicato, foi renovado com apenas 17 municípios com mais de 100 mil habitantes. A direção do Sindvigilantes recebeu o comunicado formal nesta quarta-feira (06).

Em entrevista ao VN, José Boa Ventura, presidente do Sindvigilantes do Estado da Bahia, disse que, até o momento, as escolas de Salvador não correm riscos de ficar sem vigilantes. “A informação é que em Salvador e outras grandes cidades, 17 ao todo, não alteraria de forma substancial, não reduziria o quadro de vigilantes. Nós fizemos uma assembleia hoje, com o pessoal aqui de Salvador, exatamente para fazer um balanço disso. Hoje aconteceram manifestações em Bom Jesus da Lapa, Senhor do Bonfim, e várias outras cidades. Professores e diretores não estão querendo abrir pela falta de segurança”, afirmou.

“O quadro da empresa Map, total, era de 4.000 vigilantes e, demitiriam 3.300. Na quinta-feira (30), fomos recebidos por dois secretários Walter Pinheiro e Alvino Goes da educação e administração [respectivamente], que disseram que não será esse o número de demissões, mas que haverá demissões. O contrato da empresa estaria vencendo até o dia 30 de junho, e a empresa estaria assinando um novo contrato. Houve essa assinatura de fato e, neste contrato, a empresa está demitindo cerca de 1.700 trabalhadores dos 4.000, com um agravante: o contrato prevê por determinação do Governo a retirada de todos os vigilantes de escolas em 256 cidades com menos de 100 mil habitantes. A empresa só confirmou para gente isso ontem”.

João Paranhas, Diretor do Sindicato dos Vigilantes de Salvador, que atua na sub sede em Torres da Lapa, explicou ao VN as ações que estão sendo realizadas no interior do Estado, para tentar diminuir a quantidade de demissões: “Nesta sexta-feira (01), o Governador fez um comunicado a empresa Map, dizendo que a Map estava fora do contrato. A Map preocupada com as questões financeiras dos contratos, tomou medida e na sexta-feira, a partir das 18h, vigilante nenhum foi para seu posto de trabalho por causa do fim do contrato. O sindicato como responsável pela categoria, nos preocupamos não só no sentido da segurança patrimonial, mas sim dos empregos dos pais de família, 3.300. Entramos com ação porque nossa maior preocupação é a integridade física  do professor, do aluno, funcionários e do próprio vigilante que estará na portaria.”.

“O que são as nossas ações: manifestações, movimentos e reuniões com os trabalhadores. Ontem em Torres da Lapa, houve uma reunião com a Secretaria de Educação da região, e foi feita uma assembléia para discutir o rombo da situação. Hoje fizemos uma manifestação, saindo do colégio modelo, Luis Eduardo Magalhães, até a prefeitura, Câmara dos Vereadores, e encerramos na Rádio Bom Jesus. A rádio me chamou para uma reunião, com a diretoria do colégio, e entrou em contato direto com Salvador, falando sobre a passeata, e o secretário Walter Pinheiro deu a informação que iria se reunir hoje a tarde, na comitiva do Governador para resolver o que pode ser feito”, continuou.

Por conta do medo, pela falta de segurança, funcionários das escolas optaram por fechar as portas. “As escolas estão paradas sem ter aula, os alunos no prejuízo, irão perder o ano letivo. Não tem como trabalhar, não tem como dar aula. A posição do Governo foi equivocada, 256 cidades na Bahia estão sem vigilantes e, a posição do Governo é um desrespeito ao trabalhador e aos professores que estão tendo que trabalhar sem segurança”.

Em seu programa de rádio desta semana, o governador Rui Costa assegurou o pleno funcionamento das unidades da rede estadual e convocou a comunidade escolar para fiscalizar os serviços. “Nós vamos iniciar os novos contratos dos terceirizados da educação. […] Fizemos uma nova licitação e, a partir desta semana, os novos contratos passam a valer”, afirmou. Ainda no “Digaí, Governador!”, ele pede: “Você que é professor, que é diretor, que é vice-diretor, você que é aluno, [para] nos juntarmos pra melhorar a escola pública”.

O VN entrou em contado com a Secretaria Estadual da Administração (Seab), que afirmou em nota que as demissões serão feitas porque a empresa Map não se enquadrou a nova lei anti-calote, sancionada em 2014, onde prevê os direitos trabalhistas e previdenciários dos empregados, como a garantia de pagamento dos seus salários. A nossa reportagem também está tentando realizar entrevista com o secretário Walter Pinheiro há uma semana, mas até o momento não foi possível.

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