Cientistas dizem que funcionou, mas ninguém sabe ainda dos efeitos colaterais
Pacientes desesperados exigem medidas desesperadas. Um homem com câncer do pulmão em metástase – que tem uma chance em 25 de sobreviver – foi voluntário para um tratamento altamente experimental: a terapia genética. O experimento, feito pelo oncologista Lu You, da Univesidade Sichuan, consistiu em cortar partes de seu DNA através da técnica CRISPR/Cas9, que usa a enzima Cas9 para remover um pedaço indesejado do código genético.
Os cientistas tiraram de seu sangue células brancas – ou linfócitos, as armas do sistema imunológico. Então cortaram o gene que codifica a proteína PD-1. Essa atua em linfócitos do tipo TC, especialistas em destruir as próprias células do corpo, que lutam contra tumores e
células infectadas. A PD-1 inibe a ordem de destruir, como uma forma de evitar que os linfócitos ataquem células saudáveis. Mas o câncer se aproveita disso para se multiplicar, ativando essa proteína e escapando do ataque. A ideia é que, sem a proteína PD-1, os linfócitos destruam o câncer.
Após terem o gene cortado, as células brancas foram multiplicadas em laboratório e reinjetadas no paciente. Até agora, deu tudo certo: o paciente melhorou, ainda está vivo e deve tomar sua segunda injeção. Os cientistas não deram muitos detalhes para “proteger sua privacidade”. Mas afirmam que dez outros pacientes devem entrar no experimento, que irá acompanhá-los por seis meses para medir efeitos colaterais.
Estes efeitos, aliás, podem ser tétricos. Ano passado, outro experimento chinês tentou reescrever o código genético de embriões humanos para remover uma doença hereditária. Deu tudo errado. Torçamos por esses ousados editores de genes e pelos pacientes “editados”.
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