Não precisa se preocupar com o Armagedom (nem cantar Aerosmith) por enquanto. Mas a Nasa já está fazendo simulações do impacto de uma possível colisão
De butuca no espaço, vivendo suas órbitas tranquilamente, estão 667 asteroides que podem se chocar contra a Terra no próximo século. Quem diz isso é a Sentry, um sistema de monitoramento de colisão da Nasa que busca incansavelmente por ameaças escondidas. Apesar do número alto de objetos localizados, a agência espacial acredita que estamos mais ou menos seguros pelas próximas gerações. Isso não impediu a Nasa, no entanto, de se preparar para o pior.
A simulação juntou, em uma sala, astrônomos e gestores de emergência e deixou-os lá para programar
o apocalipse. A história era a seguinte: a NASA identificou um asteroide fictício, de 100 a 250 metros de tamanho, com uma probabilidade de 2% de colidir com a Terra em setembro de 2020 – mais especificamente, na região metropolitana de Los Angeles.
Na emergência de faz de conta, os pesquisadores tinha 3 meses para acompanhar a “bomba” espacial – nesse meio tempo, a probabilidade de impacto “aumentou” para 65%. Em 2017, já era 100%. Os cientistas precisavam explicar como era possível analisar os dados coletados e compartilhá-los com a Força Aérea e a Agência de Gestão de Emergências. Em colaboração, essas instituições planejaram a forma de avisar a população, se preparar para evacuar a metrópole e criar infraestrutura para atender feridos e demais danos causados pelo impacto.
Isso considerando o pior cenário possível: aquele em que não dá tempo de fazer mais nada além de esperar o troço cair. A outra alternativa é o que eles chamam de Missão de Deflexão. Na prática, é construir uma nave espacial especialmente designada para bater no asteroide e mudar sua trajetória. O problema é que esse projeto leva no mínimo 2 anos para ficar pronto, fora o tempo de viagem. É uma margem muito apertada para não criar um plano muito sério de contingência.
A simulação da Nasa não foi sem propósito: “Não é uma questão de se, mas de quando vamos ter que lidar com uma situação dessas”, falou Thomas Zurbuchen, administrador do Diretório da Nasa de Missões Científicas, em um comunicado à imprensa. A vantagem, segundo ele, é que a tecnologia atual permite a observação, a predição e o planejamento necessários para evitar um Apocalipse Asteroidal.
A pior experiência da humanidade com asteroides foi em 1908. Um objeto desses explodiu em Tunguska, na Sibéria, uma área desabitada, mas que teve milhões de árvores e animais reduzidos a carcaças em segundos. Em 2013, um meteoro de apenas 20 metros passou despercebido por interferência do Sol e deixou centenas de feridos na Rússia.
A simulação não passa longe da realidade quando mostra a probabilidade de colisão subindo de repente. Segundo o Centro de Estudos de Objetos Próximos da Nasa, que está acompanhando os 667 asteroides, o monitoramento funciona assim: entra para a lista qualquer objeto próximo que pareça estar entrando em trajetória de colisão. Até aí as informações são todas preliminares.
Quanto mais descobrimos sobre a órbita asteroidal, mais claros ficam os riscos. Se existem muitas trajetórias alternativas possíveis, a probabilidade de impacto começa a cair. Caso contrário, ela sobe. E é tudo bastante abrupto, saindo da trajetória ela cai para zero e sai da lista.
No momento, temos poucos asteroides que apresentam risco real. Essa ameaça é medida por uma escala logarítmica – como a Escala Richter, dos terremotos – chamada Escala de Palermo. A maioria dos 667 asteroides tem valor menor que -2, que indica “nada a se preocupar”. Por outro lado, temos ao menos 3 deles com valores entre 0 e -2, o que demanda “monitoramento cuidadoso”. A boa notícia é que a geração atual dificilmente vai ser extinta por asteroides: mesmo nas piores previsões, a próxima colisão de impacto só deve acontecer em 2175.
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