Reportagem investigativa com exclusividade
Nota divulgada pela Prefeitura de Ilhéus afirma que a aplicação das provas do concurso desse domingo (8) “ocorreu de forma tranquila” e “sem registro de intercorrências”. Isso não é verdade.
O Blog do Gusmão pagou as inscrições de duas pessoas no concurso. Participaram com objetivo de fiscalizá-lo, tendo em vista sua trajetória conturbada por retificações de editais, críticas e ações do Ministério Público Estadual e decisões da Justiça.
As provas foram aplicadas em dois turnos. De manhã, houve um atraso de 25 minutos para o início do exame no campus da Unime, em Itabuna. À tarde, um problema mais grave ocorreu em outro estabelecimento itabunense, o Colégio Modelo Luis Eduardo Magalhães, que recebeu candidatos para os cargos de cuidador, fiscal ambiental e assistente de informática.
Como previsto no edital, os portões foram abertos às 14 horas e fechados pontualmente às 14h4omin. No entanto, os candidatos do Colégio Modelo só receberam as provas às 15h45min. Elas deveriam ter sido entregues às 15 horas. O atraso gerou confusão na escola. Concorrentes reclamaram muito.
Os fiscais que atuaram nas salas informaram que a coordenadora da Consultec, empresa responsável pelo certame, passaria em cada uma delas para explicar o motivo do atraso. Isso não aconteceu.
Um das pessoas escaladas pelo Blog do Gusmão foi à coordenadoria em busca de explicações. Segundo o supervisor da Consultec, o senhor Agripino Cerqueira, quando foi aberto o malote com todas as provas que seriam aplicadas no colégio, constatou-se a falta da pasta com os exames de determinada sala.
A coordenação não quis informar de qual sala era a pasta desaparecida. Essa informação seria importante para a transparência dos nomes dos candidatos dessa turma. O desaparecimento durou quarenta e cinco minutos.
Como determinado no edital, os candidatos puderam sair com o caderno de questões duas horas e meia após o início das provas. Isso significa que enquanto os concorrentes do Colégio Modelo faziam os testes com 45 minutos de atraso, pessoas que disputaram os mesmos cargos e fizeram os exames em outros lugares já haviam deixado seus respectivos locais de prova com os cadernos de questões nas mãos. Essa brecha pode ter dado uma boa margem de tempo para a atuação de quadrilhas especializadas em burlar concursos.
Também restaram questionamentos sobre o que aconteceu com as provas durante o sumiço. Onde estavam? Como o desaparecimento foi possível se o malote dos exames deve chegar lacrado à escola? Quem encontrou as provas? Alguém teve acesso à elas enquanto estavam desaparecidas? Quais candidatos fizeram os testes nessa sala?
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